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martes, 29 de abril de 2008

Sopabrasiguaia publicó #2

Sexta-feira, 14 de Dezembro de 2007

Exclusivo: Galeano Fala ao SopaBrasiguaia.com (II)

Por Fernando Fernandes e Guilherme Wojciechowski

Na segunda parte da entrevista exclusiva concedida pelo radialista paraguaio Enrique Galeano, o “Kike”, expulso do Paraguai por denunciar a máfia que domina a cidade de Yby Yaú, no departamento (estado) paraguaio de Concepción, o SopaBrasiguaia.com apresenta a dura vida de Galeano na capital paulista, onde refugiou-se nos seus primeiros dias de “exílio”.

A Dura Vida em São Paulo

Consegui entrar em um albergue que se chama Arsenal da Esperança, de um grupo italiano católico, isso no dia 10 de fevereiro de 2006. Claro que para entrar inventei uma história de que não tinha parentes e que andava pela rua, que me roubaram e me golpearam, enfim, me deram abrigo e me pediram que fosse fazer os papéis, me deram três meses de tempo e nesse lapso fiz contato com pessoas que também estavam ilegais por lá.

Contei meu caso a um uruguaio e este me disse que fosse à Cáritas Internacional. Eu fui e perguntei o que devia fazer em meu caso, me disseram que devia ir à Polícia Federal e que ali me dariam os papéis, não lhes contei o caso todo, tinha muito medo.

No albergue a trabalhadora social me conseguiu o endereço do Consulado Paraguaio. Nunca fui. Um advogado me disse que podia pedir à Comissão de Direitos Humanos da OAB que me ajudassem. Na consulta, me disseram que teria que comunicar o caso à Polícia Federal, mas como eu tinha medo, não oficializei o pedido de ajuda.

Alguns dos albergados dos quais me tornei amigo sabiam plenamente quem eu era, a maioria me dizia que me calasse, um deles me ajudou a entrar na internet grátis, com meu carnê do albergue. Ali comecei a saber como iam acontecendo os fatos no Paraguai.

Meu amigo me dizia que não fizesse contato com ninguém do Paraguai, podia ser perigoso. Quase no fim de fevereiro de 2007 abri a conta no Orkut, no nome do meu filho, um pouco como jogo, como não tinha nada para fazer e a internet era grátis...

Recém em abril, meu irmão entrou em contato comigo, mas como se eu fosse um amigo meu, não me identifiquei como Enrique. Disse-lhe que era Luis, que queria saber como estava minha família, meu irmão tentou de todas as formas que “eu” falasse com ele, eu dizia que “Enrique está em Salta, assustado e ferido”, a última parte era verdade.

Ainda estava com a parte queimada do pé e a unha do dedo grande arrancada à força. Quinze dias depois entrei no MSN em uma cabine de cyber que meu amigo pagou, ali (meu irmão) me viu, lhe pedi que me ajudasse a entrar em contato com Naina (esposa), em segredo, que precisava explicar-lhe a situação.

Ele me disse que todos os telefones de meus possíveis contatos estavam controlados, e que inclusive mudasse de MSN, que criasse outro, me disse que ele não acreditava muito em mim, enfim.

Em vez de me dar uma mão, começou a criticar-me, cortei relações com ele, não falei mais com ele, estava com muito medo, ler os diários do Paraguai e ver as publicações era uma tortura para mim, se bem que as declarações de minha senhora me tranqüilizavam, porque sabia que confiava em mim, ainda que me doesse muito quando via na reportagem que estava vivendo da solidariedade das pessoas.

Comecei a utilizar a estratégia de entrar em comunidades de comentário políticos do Paraguai e outras comunidades paraguaias, para ver se por ali não encontrava alguém em quem confiar (eu queria falar com Monsenhor Pablo Cáceres [...]).

Através destes comentários é que Estela Ullón me adicionou no MSN e me perguntou se eu era irmão do jornalista desaparecido. Não sei porque me deu na louca e lhe disse que o jornalista era eu, e lhe contei as peripécias. Ela me pediu alguns dados de minha esposa e lhe dei, falava com ela e me contava depois o que lhe havia respondido.

Pedi-lhe que ajudasse a entrar em contato com o religioso, mas ela me disse que não sabia como fazê-lo, mas que tinha alguém que podia ajudar-me, se eu estava de acordo. Roguei-lhe para que não dissesse nada a ninguém, porque minha família correria riscos.

Então, ela me disse que estava com uma pessoa que me conhecia e que podia me ajudar, lhe perguntei quem era, quando me disse que era Oscar Cáceres, lhe disse que ia falar, que confiava muito nele, conhecia-o de outros tempos, já me havia ajudado em outras coisas.

Começaram a fazer-me perguntas chaves, às quais respondia, mas ainda assim não acreditavam que era eu, me pediram que entrasse em um computador com webcam, consegui entrar graças a meu amigo (dono de uma loja de computadores na qual Galeano consertava monitores e outros aparelhos) que estava me ajudando, para falar com minha família.

Bom, depois me disseram que em São Paulo estava um amigo que ia me receber em seu escritório, que ele e outro amigo jornalista iriam a São Paulo para encontrar-me. Acontece que o amigo de São Paulo era nada mais nada menos que Victor Baez Mosqueira, Secretário-Geral da Organização Regional Internacional do Trabalho (ORIT).

No dia 11 de julho, vou cedo par ao escritório de Victor e ele me recebe, em um amplo escritório, me diz que já estavam chegando os amigos do Paraguai e me pediu que lhe contasse ao menos algo do que me aconteceu.

Falamos muito, depois de um longo tempo e alguns cafés, chegaram Oscar e Andrés (Colmán, do Diário Última Hora, responsável pela primeira entrevista de Galeano após seu “descobrimento”). Quando vi Oscar o abracei muito forte, um longo tempo lhe agradeci que vieram e, bom, me apresentou Andrés Colmán, a quem não conhecia, apenas dos jornais.

Logo vieram as entrevistas. Essa mesma tarde me lembram que eu devia sair de onde eu estava, fomos à casa onde eu vivia, eles tiravam fotos da casa e me ajudavam a descarregar minhas coisas e colocá-las no táxi e fomos até o apartamento que Victor preparou para que eu dormisse essa noite.

No dia seguinte, pela manhã, gravou-se a entrevista em vídeo, logo fomos à rua, aos lugares em que eu dormia na rua, enfim, logo eles se encarregaram de outras investigações e à noite me deram um dinheiro, para passagem e gastos, para sair do Brasil...

Amanhã no SopaBrasiguaia.com: A jornada de Galeano ao exílio França e o sofrimento longe da família

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